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Foto do escritorSaulo César Paulino e Silva

ENTRE AMIGOS III - VELHO ESCRAVO

Atualizado: 17 de mar. de 2021


Dando sequência às publicações de pessoas amigas, que produzem algum tipo arte nas mais variadas áreas da expressão humana, trago para os leitores e leitoras a arte de Adriano Adiala. Instrumentista, compositor e letrista com forte engajamento social,apresenta um trabalho sólido, reconhecido internacionalmente. Recentemente, tive o privilégio de redigir o texto de apresentação de seu mais recente trabalho: "Trilogia", ainda inédito para muitos brasileiros, infelizmente. Na atualidade, desenvolve outro grande projeto, lidera o Coletivo Meninos Gaitistas do Brasil, cujo objetivo principal é construir pontes sociais para que crianças menso favorecidas tenham voz e vez por meio da expressão artística.

Apresento a vocês "Velho escravo", composição do ano de 1978, em parceria com Sérgio Santana.


VELHO ESCRAVO


Velho preto, barba clara

Enfartado do trabalho

Mira certa do chicote

Apanhando sem razão

Nego vivo, quase morto

Amarrado no seu tronco

Com a vida pelos pulsos

Amarrado feito um cão

Cão da terra mão de sangue

Fé domada sob o sol

Onde o dia se ignora

E a vida só diz não

Hoje, os ventos inda trazem

No suor o seu cheiro amargo

Na lembrança dos que agora

São escravos mesmo livres

Velho preto, barba clara

Ontem preso na senzala

Hoje, em salas e edifícios

Onde o tempo faz chorar




20 visualizações2 comentários

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2 Comments


José Wildzeiss
José Wildzeiss
Mar 18, 2021

A canção Velho Escravo carrega a beleza da dor e da tristeza. Paradoxos criados pela nossa história. Uma canção que talvez ficasse muito interessante numa versão de O Rappa.

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Muito bem observado, caro Neto. Obrigado pela visita!

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