MEU AMIGO VICENTE
- Saulo César Paulino e Silva
- 30 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de out.

Nos idos de 1980, fui funcionário concursado no IBGE, lotado na então Delegacia de São Paulo, em um bairro nobre da Capital.
Minha função era realizar a coleta de preços para o INPC (atualmente, IPCA amplo), fundamental para o cálculo da inflação no Brasil. A tarefa, basicamente, era me dirigir aos estabelecimentos comerciais, previamente cadastrados, a fim de anotar preços dos mais diferentes itens que iam desde roupas, passando por biscoitos e chegando até serviços.
Confesso que era uma tarefa monótona , repetitiva que nada me acrescentava. No entanto, o que valia a pena mesmo era a convivência com alguns amigos, que deixaram boas recordações e marcaram aquele momento de minha vida.
Me recordo, como se fosse hoje, do Fred, da Creuza, da Evania ( que mantenho contato até hoje) e também do Vicente.
Neste texto, resolvi destacar o Vicente porque, não raramente, após o término do expediente, saíamos do setor, pegávamos o busão (gíria para ônibus, em São Paulo) até a Avenida Paulista, e no cruzamento com a outra Avenida, de nome Brigadeiro Luiz Antônio, conversávamos sobre a vida, a situação politica do país, que sob o governo Sarney, era refem de uma hiperinflação galopante!
Estendíamos, quase sempre, nossas conversas por vários minutos para depois a realidade de cada um convocar a seguir o seu caminho. Vicente ia para casa e, às vezes, para a PUC; eu ia para a PUC, quase sempre, e de vez em quando para casa.
Daqueles encontros, ficaram as memórias de dias comuns, de pessoas também comuns (como diria Belchior em uma de suas canções ), das utopias de um mundo igual e fraterno, que construíamos no cruzamento da Paulista com a Brigadeiro.
Vez ou outra me pego relembrando aqueles bate-papos com o amigo Vicente, que nasceu em Angatuba e era casado com a Jupira.
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