Julho passou e já estamos para lá da metade do mês de agosto, desse novo /velho tempo, de um ano, que se convencionou no calendário gregoriano.
Nesse horizonte digitalizado, sob a ditadura dos algoritmos, as pessoas se tornaram híbridas, pois suas almas foram diluídas nas telas de cristal líquido de seus smartphones, transformando o sentir-se humano em “tag” em algum site de busca.
As suas vontades também foram capturadas por esse mundo desconhecido, até então.Nele, a fragmentação, das conversas inúteis e rasteiras das redes sociais, alimenta a Ignorância de um quase-povo, em um quase-país.
Aos poucos, o ódio e a morte se tornam rotina em uma sociedade, que não se importa mais. As armas passaram a substituir os livros, as seitas preconizam o retrocesso para a Idade Média.
Assim, em breve tempo, como nos regimes mais atrasados do planeta, por exemplo, presenciaremos, se nada for feito, o apedrejamento de mulheres em praças públicas por burlarem os (falsos) ditames sagrados do “Grande Irmão”, ao decidirem sobre seus próprios corpos.
Temo não terminar este texto, interrompido, quem sabe, por uma bala, disparada aos gritos de “Deus cima de todos”, as portas de um inferno, não o de Dante, mas do “Mito”, pintado de verde e amarelo.
Diante do grotesco dessa tela, me atrevo a intertextualizar esse caos anunciado com a criatividade cinematográfica do grande Fellini, o Federico, das películas de arte do inesquecível cinema italiano, em que a arte imita a vida( ou seria o contrário?).
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