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Foto do escritorSaulo César Paulino e Silva

RECANTANDO HISTÓRIAS - O UNIVERSO INFANTIL

Atualizado: 22 de mai. de 2021

Neste post, inicio a publicação de alguns textos, que escrevi, procurando dialogar com o universo infantil. São histórias e músicas que compõe esse repertório.

Dentre essas criações, destaco o Projeto "Recantando Histórias", que tive a oportunidade de colocar em prática, por meio de uma estratégia pedagógica com alunos do ensino infantil, em uma escola paricular da cidade de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo. Foi uma experiência muito enrquecedora, e posteriormente falarei mais sobre o assunto.

Para iniciar, então, compartilho o conto infantil "O sapo que não queria virar gente". Também apresento o texto da música-tema do projeto Recantando Historias”!



 

O SAPO QUE NÃO QUERIA VIRAR GENTE


Saulo César Paulino e Silva


Uma tarde, pai e filho caminhavam por entre flores e plantas do jardim da casa. Em determinado momento desse passeio, o menino olhou para um riacho, que passava por ali, virou-se para o seu pai, e perguntou:

- Por que o sapo pula sempre fugindo da gente, Pai?

O bom homem, com muita paciênca e amor nos olhos, respondeu ao filho:

- Essa é uma longa história. Vem de tempos remotos, distante na memória dos livros encantados, quando se dizia "era uma vez ...".

E continuou

Houve um tempo, em que uma Princesa muito má maltratava todas as pessoas que estavam a sua volta; ela não poupava ninguém, até seus pais sofriam por causa de suas maldades.

Um dia recebeu um merecido castigo. Na floresta, próxima ao castelo, onde morava, vivia uma Bruxa, que não era malvada, ao contrário, estava sempre disposta a ajudar quem estivesse precisando.

Observando as constantes maldades feitas pela Princiesa, resolveu dar uma lição na malvada. O casitigo era o seguinte: deveria beijar um sapo, para que este se transformasse em um Príncipe, libertando-o de sua secular condição anfibea. No entanto, ao contrário do que se poderia imaginar, a Princesa não queria Príncipe nenhum! O desejo do seu coração era o de continuar a praticar suas maldades.

Mas não tinha outro jeito; ou a Princesa beijava um sapo, ou vagaria eternamente ´pelos jardins do castelo, e sua alma não teria descanso.

Diante dessa situação, aceitou cumprir o castigo imposto. Foi até o lago, que circundava a propriedade, avistou um sapinho, que coachava todo feliz! Correu, correu até conseguir pegá-lo. Ao beijá-lo, o sapinho foi se transformando, transformando até virar um formoso Príncipe, que logo se apaixonou pela Princesa e desejou viver ao seu lado para sempre.

No entanto, com o passar do tempo, percebeu que a Princiesa ainda alimentava, em seu interior, o desejo de fazer maldade para as pessoas. O Príncipe ficou muito triste; andava amuado pelos cantos de castelo até que um dia resolveu procurar a velha Bruxa na floresta.

Andou, andou, até avistar a sua cabana. Lá chegando, bateu na porta, e foi recebido por uma velhinha muito simpática e sorridente, que o convidou para entrar.

Mal entrou, começou a falar dos seus problemas, do coração malvado da Princesa, que ainda guardava muito ódio. Ele mesmo não conseguia viver bem como humano! Não queria riquezas, belezas, ou mulheres. Queria, sim, voltar para o seu lago e cantar nas madrugadas. Chorando, implorou para a boa velhinha que quebrasse o encanto!

Como resposta, disse que após se passarem 500 primaveras o encanto acabaria e ele voltaria a ser sapo. Mas isso só seria possível se a Princesa não fizesse mais maldades. Se isso não acontecesse, ela viraria sapo, e ele continuaria a viver como Príncipe.

o Pai deu uma pausa, em sua narrativa e disse:

-Nem é preciso adivinhar o que aconteceu, né?

Pois eu vou contar.

A Princesa, certo dia, roubou a lua do céu. Toda a aldeia ficou desesperada, pois se perguntavam como poderiam viver sem a luz da Lua!

A Bruxa ficou muito zangada. Enfeitiçou com uma poção mágica, as águas onde a Princesa iria tomar banho. Quando entrou em sua banheira, zás, sentiu o seu corpo todo tremer e começou a se trnasformar e virou um sapo muito feio.

O Príncipe, coitado, que já andava triste, ficou ainda mais. À noite, não aguentava os gemidos da Princesa na beira do lago, coachando... coachando...

- COACH ... COACH...COACH...

Em uma noite de insônica, um verdadeiro milagre aconteceu! Ao passar diante de uma porta, fechada durante anos, nosso pobre Príncipe parece ter ouvido alguma coisa.

- O que seria?

Apurou os ouvidos e escutou alguém chorando, e, ao abrir a porta, viu uma escada, que descia até não se sabe onde. Os degraus desciam, desciam, até se perderem na escuridão das profundezas do castelo.

O nosso sapo, ou melhor, o nosso Príncipe foi descendo devagarinho, pé ante pé. Quando chegou ao final da escada, onde as masmorras do castelo se encontravam, com uma vela em uma de suas mãos, foi se guiando pelo choro abafado, que saia da escuridão. Ao passar diante de uma cela, pode identificar quem estava chorando.

Em um canto, sozinha, estava a Lua. As correntes de ferro se prendiam fortemente ao seu corpo. O seu brilho estava quase apagado.

Em um impulso, exclamou:

- Dona Lua!! O que a senhora faz aqui?

- Fui aprisionada pela Princesa. Ela me disse que nunca mais vou sair!

O Príncipe enternecido mandou imediatamente que as correntes fossem tiradas. Ao se fazer isso, uma luz brilhante começou a tomar conta de todo o espaço, iluminando as trevas do lugar.

A luz foi ficando cada vez mais brilhante e de repente a Lua desapareceu salí, reaparecendo no céu da aldeia. O povo festejou de alegria.

O Príncipe também sumiu, ou melhor, se foi, saltitando em direção a água do lago. Pouca sorte teve a Princesa, pois, quando houve a quebra do encanto, estava na parte mais profunda do lago. Como não sabia nadar, morreu afogada.

E assim, terminou a história.

Nesse momento, o filho olhou para o Pai e perguntou:

- Mas como o encanto acabou se ainda não tinham passado as 500 primaveras?

- Ah meu filho, bem lembrado. Nesse caso, a bondade do coração do Príncipe foi tão intensa, que acabou anulando o encanto.

Depois de finalizar a história, abraçou o filho e continuaram o passeio, ao som do coachar:

COACH, COACH, COACH...


 

RECANTANDO HISTÓRIAS


(Letra da música tema do projeto)


Havia um tempo

em que se contavam

Histórias de um outro lugar.

Do Leão briguento

e da onça pintada.

Histórias de um outro lugar.

Do sapo chamado

por nós trá-lá-lá

que príncipe não quis virar.

E a Bruxa malvada

acabou de sonhar

Que um dia acordou

para amar.

Havia um tempo

em que se contavam

Histórias de um outro lugar.

Sem medo das noites

do era uma vez.

O gato e o rato jogam xadrez.

E a bruxa malvada

acabu de sonhar

Que um dia acordou

para amar.


 

Gostaria de compartilhar uma gravação que fiz, quando criei o projeto "Recantando Histórias".

Espero que apreciem.































23 visualizações2 comentários

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2 comentarios


Jair Farias
Jair Farias
22 may 2021

Grande Saulo, fabuloso! Essa história saltita na nossa imaginação, trazendo a nostalgia inocente de quando olhávamos o mundo com olhos de criança... coaxi, coaxi...

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Contestando a

Ahaha, adorei, principalmente, o coach final!!


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