Nesses tempos, em que a perda de direitos fundamentais se acentua, e a humanidade, particularmente, a sociedade brasileira, enfrenta um dos maiores desafios existenciais, compartilho esse texto, que denuncia uma prática nefasta, a de eliminar pessoas que pensam diferente da prática cotidiana. Marielle foi assassinada de forma brutal e ainda não se sabe, ao certo, quem a matou, e também ao seu motorista Anderson, no Rio de Janeiro no dia 14 de março de 2018.
Compartilho, ainda, para complementar, uma interpretação que realizei em nosso canal no youtube.
Espero que apreciem.
Ele correu,
embrenhando-se entre as sombras
e desapareceu na noite.
Pega o negro fujão,
que vive nas periferias da história,
nas cozinhas da Casa Grande,
dormindo nas senzalas
disfarçadas de esmolas do sistema,
comendo ração ofertada por um governo canalha.
Pega, pega o negro fujão,
apaga ele da memória!
Manda espancar,
Matar, enterrar,
Manda!
Capitão, do mato, do lado, no Planalto Central.
O açoite soa como metáfora
do castigo imerecido!
Maldito, não dito.
Pega o negro fujão,
Que aprendeu a ter voz;
Que aprendeu a lutar;
Que aprendeu a gritar;
Que aprendeu a ser gente.
E virou semente para florescer nas consciências
negras, amarelas, pardas ou brancas.
De todas as cores,
De todos os tempos.
Viva Marielle,
Para sempre!
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