Hoje, publicamos mais um texto do amigo, jornalista e escritor Jair Farias, que traz um "passageiro" especial, o também escritor Ângelo Asson, para velejar na interpretação das ondas literárias desses novos-velhos tempos.
As cores criativas de seu texto desenham a paisagem marítima, onde o leitor é convidado a navegar pela imagem "verde-agua-azulado" do poema gestado.
E aqui estamos a bordo desse Saveiro imaginário sem previsão para chegar ou partir.
Sejam todos bem vindos e bem vindas.
O saveiro navega
maré ondulada na gangorra
colorido verde-água-azulado
chapiscado de cristais prateados
Sol irradiante de peixes dourados
nos traços borrados de aquarela
A popa finca e galopa
fere as águas turvas de Netuno
o pototó pipocante aspira
o diesel queimado empurra
sob a espuma a nave vai e vem
na palma de ouro do mar
na garganta o sonho fisgado
fartura presa na rede de nylon
dos rebentos de barriga cheia
A mulher prenha no cais do porto
o herói triunfante e torto
ensaiando histórias pra contar
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