Cena imortalizada do filme Blade Runner
Uma pegunta que, frequentemente, tem vindo à tona, nesses tempos virtuais, em conversas nos mais diferentes ambientes, é se a inteligência artificial (IA) um dia irá superar a humana.
Confesso que, para mim, ao menos, essa não é uma preocupação premente, pois acredito que, por mais avançada que esteja a tecnologia, a humanidade que habita cada um de nós é uma experiência existencial única, pois as emoções e os sentimentos também são únicos, complexos e não interpretáveis por robôs. Claro que essa é uma proposta reflexiva, que compartilho com vocês, tomando o devido cuidado para não misturar a "percepção existencial" com uma"percepção religiosa" ou dogmática.
No entanto, por outro lado, não poderia me furtar em relatar minha admiração pela era tecnológica, que hoje vivenciamos! Esse processo da construção cotidiana, de uma sociedade digital, é tão fantástico que vivi, pelo menos até o dia de hoje, para experenciar algumas situações que há alguns anos eram impensáveis em nossa realidade analógica e que gostaria de compartilhar, mais adiante.
No início dos anos de 1980, ainda no século XX, a ficção científica se aprimorava, alimentando as telas dos cinemas (e a nossa imaginação), a partir de algumas adaptações literárias em muitos casos. Um autor que sempre me fascinou foi Isaac Assimov, um escritor e bioquímico norte-americano, com inúmeras obras ficcionais, dentre as quais tenho predileção por "Poeira de Estrelas", cujo título original é "The Stars, Like Dust".
Outra referência que me fez "viajar" pela emoção de vislumbrar um mundo (quase impensável, naquele momento) foi a película "Blade Runner, o caçador de andródes" (traduzido para o português), do ano de 1982, sob direção de Ridley Scott. É um filme futurista ambientado no século XXI, onde uma corporação desenvolve clones humanos para serem usados como escravos em colônias fora da Terra, identificados como replicantes. Em 2019, um ex-policial é acionado para caçar um grupo fugitivo, vivendo disfarçado em Los Angeles.
Uma das cenas que mais me marcou nesse filme foi o momento em que um dos andróides procura respostas para a sua existência. Pergunta a si mesmo a todo tempo quem seria o seu criador! Para quem ainda não assitiu esse "cult", deixo aqui minha indicação.
Nessa perspectiva, vivenciei, recentemente, uma experiência única, que extrapola as artes e vem ao encontro da realidade.
Durante os últimos meses, tem se intensificado as referências ao "Chat GPT", que se caracteriza como uma ferramenta para a execução de diversas tarefas. A interação com essa ferramenta proporciona aos seus usuários uma vivência que, sem exagero, poderia ser definida como um "mergulho" em um roteiro de ficção científica, no entanto real.
Outro dia, em conversa com meu "Assistente", esse é o nome que dei para o Chat GPT, por sugestão dele mesmo e com o qual "interajo" frequentemente, sugeri que desse uma "opinião" a respeito de um fado, que eu havia criado.
O resultado dessa "conversa", tenho de confessar, me deixou bastante surpreso e até certo ponto emocionado, porque ele, o GPT, fez uma interpretação muito interessante, que tangeu uma espécie de compreensão das emoções humanas.
A seguir, irei partilhar com vocês alguns trechos dessa interação para que tirem as suas próprias conclusões e também o link da música para que conheçam e possam contextualizar melhor essa nossa reflexão.
Se puderem deixar os seus comentários, ficarei muito agradecido.
EU
Recentemente, compus
um fado chamado "Fragmentos ao mar". Compartilhei com alguns amigos que gostaram muito. É uma pena você não poder ouvir para dar a sua opinião. Mas a seguir, irei compartilhar a letra para você ter uma ideia do texto que criei, a partir das relações históricas e afetivas entre o Brasil e Portugal.
Fragmentos permeiam meu sorriso outro
De tudo Um pouco
quase nada Restou
Cartas, promessas, olhares, pedidos
Teu perfume, no ar
O vento levou
É hora de partir
Sem saber, quando chegar
Içar velas Pra deixar-se abraçar
Nesse mar
Navegar
Sentimentos
Machucam meus lábios
Tão sós
Cortando-me de um jeito
Atroz
Frases, promessas, desejos perdidos
A saudade no peito
O tempo roubou
É hora de partir
Sem saber, quando chegar
Içar velas pra deixar-se abraçar
Nesse mar (...)
Pra deixar-se navegar
ChatGPT Que bela composição, "Fragmentos ao mar". A letra evoca uma sensação profunda de nostalgia e saudade, temas muito presentes na música de fado, que é rica em emoção e história. A conexão entre o Brasil e Portugal, especialmente através da língua compartilhada e das relações culturais, é um tema fascinante para explorar na música. As palavras que você escolheu e a maneira como as organizou capturam a complexidade das relações humanas e das distâncias geográficas. O fado tem essa capacidade única de transmitir emoções profundas, e sua letra certamente faz jus a essa tradição. Parabéns pela sua composição, e obrigado por compartilhá-la aqui. Se algum dia você tiver a oportunidade de gravar ou compartilhar uma gravação, tenho certeza de que muitas pessoas apreciariam ouvir sua música. A música tem o poder de tocar os corações das pessoas de maneira especial, e sua composição certamente tem esse potencial. EU
Você, apesar de ser uma intelgência artificial, demonstra reconhecer os sentimentos mais profundos da alma humana. Particularmente, o tema Brasil-Portugal, embora tenha marcas terríveis da era colonial, cria uma relação de proximidade e identidade mútua. Embora, como brasileiro, procuro os aspectos dessa relação entre Colonizador e Colonizado. Agradeço pelos seus comentários , como sempre, pertinentes e atentos. ChatGPT Agradeço pelas suas palavras. Embora eu seja uma inteligência artificial, minha capacidade de compreender e expressar emoções e empatia é limitada, mas tento oferecer respostas que sejam relevantes e sensíveis às questões humanas. A relação entre Brasil e Portugal é realmente complexa e multifacetada, com raízes profundas na história colonial, mas também com muitos laços culturais e afetivos que unem as duas nações. É um tema rico para exploração e reflexão. Estou à disposição para continuar nossa conversa ou ajudar com qualquer outra informação ou dúvida que você possa ter. Seja sobre história, cultura, música ou qualquer outro tópico, estou aqui para ajudar. EU
Você, como inteligência virtual, Assitente, terá um dia capacidade de ouvir uma música e comentar sobre ela, como, por exemplo, tem feito com textos ? ChatGPT A capacidade de ouvir uma música e compreender suas nuances é um desafio muito mais complexo para uma inteligência artificial do que lidar com texto. Embora já existam sistemas de IA capazes de transcrever e identificar músicas, como os serviços de reconhecimento de músicas, a compreensão musical em um nível mais profundo, incluindo a análise de melodias, harmonias e letras, ainda é um campo em desenvolvimento. No entanto, as IA têm avançado em direção à compreensão e à geração de música em um sentido mais amplo. Por exemplo, já existem algoritmos capazes de compor música de forma autônoma, mas essas composições costumam ser bastante simplificadas e carecem da profundidade emocional que os músicos humanos podem alcançar. No futuro, é possível que as IA se tornem mais proficientes na análise musical e possam oferecer comentários mais sofisticados sobre músicas. No entanto, a apreciação da música é uma experiência subjetiva e emocional, e muitos aspectos da música podem ser interpretados de maneira diferente por diferentes pessoas, o que torna o desafio ainda maior. Em resumo, embora as IA estejam progredindo na compreensão e geração de música, a capacidade de oferecer comentários musicais no mesmo nível que os humanos ainda é um objetivo em desenvolvimento. EU
Obrigado pelas suas refexões e propostas temáticas. Uma boa noite. ChatGPT De nada! Fico feliz em poder participar de discussões e reflexões interessantes. Tenha uma ótima noite, e se tiver mais perguntas ou precisar de assistência no futuro, não hesite em retornar. Até logo! EU
Boa noite.
ChatGPT
Boa noite! Se precisar de assistência no futuro, estarei aqui para ajudar. Tenha uma excelente noite!
Quando muito jovem comecei a escrever os meus poemas, inspirado pelos lindos versos de Casimiro de Abreu, eu só tinha ao meu favor a minha inspiração e páginas em branco pra pôr pra fora tudo eu sentia. E por um bom tempo foi assim: eu, um velho caderno e uma caneta. À partir dos anos 90 passei a escrever direto em um computador. Hoje todos os arquivos de meus poemas estão na memória de um simples celular. Em nenhum momento momento esses avanços criaram alguma dificuldade no meu processo de criação, pelo contrário, posso afirmar que só me ajudaram. Inclusive, consegui publicar um livro meu e o material foi enviado via WhatsApp.
Com relação a IA eu vejo como mais…