Dando continuidade a série de poemas visuais, hoje, compartilho o poema "Horizontes Invisíveis".
A peculiaridade, que marca este poema está na forma como foi inspirado e construído. Seguindo, ainda, a ideia de expressão, por meio de formas geométricas, o texto-imagem procura apresentar possibilidades inferenciais, a partir da ótica subjetiva do leitor.
Diferentemente de outras produções, "Horizontes Invisíveis" trás, discretamente, além do preto e branco, o vermelho, o verde e o cinza, que irão configurar o cerne da proposta temática.
A ideia de retratar as cores da palestina surgiu a partir da leitura do livro de Mahmoud Darwish, autor de "A terra nos é estreita e outros poemas" (São Paulo: Edições Bibliaspa, 2012). Os textos de Darwish se nos apresentam uma visão do palestino exilado em sua própria terra, a partir da ocupação sionista, implementada pela política expansionista do Estado de Israel. São reflexões que pouco (ou não ) chegam até nós.
Sem entrar no mérito político-ideológico, que marca a existência desses povos, o poema busca construir uma percepção, a partir da ótica ocidental, da identidade de um povo pastoril, que ama seu chão, e na simplicidade de suas tradições, mantenedoras da fé na reconstrução de sua pátria.
A ideia é interseccionar, por meio de dois círculos, as cores da bandeira palestina, trazendo como mote a visualização do hiato, que nos separa de uma realidade oriental, cinzenta e distante. Porém, ao mesmo tempo, perturbadora e desconhecida para o nosso olhar ocidentalizado e disperso.
A língua árabe, artística por sua própria natureza, dá o tom mediador entre o sentimento de pertencimento e o desespero da partida forçada.
Espero que gostem da proposta e fica o convite para vocês opinarem sobre o tema.
Obrigado.
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