Hoje, compartilho com os leitores do nosso Páginas Literárias uma resenha produzida para o romance "Fenda", de José Wildzeiss, ou para os amigos, da Instituição onde lecionamos, Neto.
Professor de literatura (e dos bons), pesquisador na área e um grande talento da nova literatura brasileira é autor das obras: "Depois de muita cerveja e duas doses de Uísque" e "Fenda", esta última lançada recentemente. Wildzeiss vem se destacando no meio literário com uma narativa repleta de desafios para o leitor e, atualmente, trabalha em seu terceiro livro, que completará sua trilogia. (Mas isso deixo para o autor comentar em momento oportuno).
Para aqueles leitores que tiverem interesse em adquirir seu livro, podem procurar na Amazon, que já está disponível.
No ano de 2021, tive o prazer de recebê-lo em nosso quadro "Entre Amigos", quando nos brindou com uma conversa muito saudável sobre sua obra e suas perspectivas de mundo e de vida.
Neste post, deixarei, ao final, a indicação dessa conversa para vocês conhecerem um pouco do que pensa o autor.
Espero que apreciem
Nesse elogiado romance em fluxo de consciência, não é preciso ser um bacharel falido que virou inspetor de alunos e embriaga na praia grande com os amigos para saltar do topo do iceberg no mergulho que o escritor José Wildzeiss proporciona em Fenda. Ao submergir, nos deparamos com a imensidão da base da montanha gelada flutuante. Ela é a consciência. A consciência de um homem. Um homem atormentado por si, pelo Grande Outro e pelo mundo que opera seu esmagamento. Nem tentemos comparações preguiçosas com algum leopold bloom ou qualquer flanador benjaminiano. Nosso herói, o inspetor de alunos, pede mais. Ou não pede nada. Não é preciso morar na Vila Formosa, bairro residencial da periferia de São Paulo, para (re) conhecer os trajetos. O percurso se faz pela memória, pela impressão, pelo devaneio, pelo engano, por uma ou outra epifania. Através dos olhos e da mente de um homem que, pela fresta da janela da lavanderia do apartamento alugado, enxerga a base do iceberg: as arestas cortantes da dimensão psicossocial, flutuante, movediça, encantadora e mortal. Quem de nós, afinal, mergulhou para observar tamanha monstruosidade?
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