HEITOR PALADIM
Abrimos este espaço para conversas e leituras de textos de amigos, que se expressam pela literatura.
Hoje, apresentamos o belo texto do amigo Heitor, que propõe uma reflexão introspectiva, uma quase crônica existencial, a partir de uma viagem entre São Paulo e Minas Gerais.
Aproveitem.
Saio de Minas, quem te conhece não esquece jamais. Voltando pra casa. A estrada é comprida. Doze horas cheias até lá. Saio do mar de morros rumo ao mar, amar. Trago bagagens de roupas e lembranças. Roupas limpas voltam suadas, expectativas voltam sorrindo, nutrem esperançares. Surgem pessoas significativas no viver, saltam da tela. Impossivel sentir outra sensação: sobrevivemos. É novo e anormal mas ainda estamos no capitalismo. Há poemas em cada florescer, em cada passarinho que estranhou a turba no campus. Jaz silêncio. Agora flores e buscas. Um sobe e desce mantiqueira nas retinas. Ando meio muito quase sempre assustado com o mundo. Questiono por trás de qual máscara há sorrisos. A cooperação vencerá o competir, creio. Diálogos desmontam guerras, inverso. Hoje é sempre. País é planeta. Sobressalto tudo com esse medo, mas viajo nas surpresas boas. Ubuntu.
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