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Foto do escritorSaulo César Paulino e Silva

CORPO PRESENTE

Há frases, jargões jogados ao vento, que transparecem sua anacronia semântica em contextos diversos.

Por exemplo, quando alguém, conhecido ou não, solta um “no meu tempo era melhor”, a expressão em si nos faz inferir semioticamente a contiguidade sígnica imersa no retrocesso em que o autor da “pérola “ provavelmente vive.

No Brasil de hoje, isso é mais comum do que se possa imaginar. Parecemos experimentar a decadência de uma sociedade que se deixou “privatizar” pelas falas falaciosas de uma parcela de vozes sombrias, saídas de todos os esgotos possíveis.

Absurdos fundam a distopia, que aliena as mentes, capturando os desavisados. “Pastores” estupradores emergem de seus púlpitos profanos, levando os seus fanáticos seguidores ao êxtase da automutilação intelectual entre a leitura desse ou daquele versículo.

Esse tempo é asssim, sem templo, acéfalo, desnutrido de conhecimento e de cultura plural.

Entre o degrade de cinzas, apenas a degradação, o esquecimento apátrido daqueles que elogiam a morte perpetrada pela ganância e pelo ódio.

E assim caminhamos entre novas e velhas ordens mundiais, em telas, que ceifam a nossa humanidade.


 


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