Há frases, jargões jogados ao vento, que transparecem sua anacronia semântica em contextos diversos.
Por exemplo, quando alguém, conhecido ou não, solta um “no meu tempo era melhor”, a expressão em si nos faz inferir semioticamente a contiguidade sígnica imersa no retrocesso em que o autor da “pérola “ provavelmente vive.
No Brasil de hoje, isso é mais comum do que se possa imaginar. Parecemos experimentar a decadência de uma sociedade que se deixou “privatizar” pelas falas falaciosas de uma parcela de vozes sombrias, saídas de todos os esgotos possíveis.
Absurdos fundam a distopia, que aliena as mentes, capturando os desavisados. “Pastores” estupradores emergem de seus púlpitos profanos, levando os seus fanáticos seguidores ao êxtase da automutilação intelectual entre a leitura desse ou daquele versículo.
Esse tempo é asssim, sem templo, acéfalo, desnutrido de conhecimento e de cultura plural.
Entre o degrade de cinzas, apenas a degradação, o esquecimento apátrido daqueles que elogiam a morte perpetrada pela ganância e pelo ódio.
E assim caminhamos entre novas e velhas ordens mundiais, em telas, que ceifam a nossa humanidade.
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